Polícias barram o acesso de peregrinos ao Santuário de Fátima

Peregrinos lotam o Santuário de Fátima em 2009. É “doloroso”, mas este ano não haverá qualquer peregrino no local, a 12 e 13 de Maio.

Peregrinos lotam o Santuário de Fátima em 2009. Source: Francisco Leong/AFP via Getty Images

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A Igreja Católica pede à multidão de fiéis que não tente ir, por causa do coronavírus


Em todas as vésperas de 13 de Maio nas últimas décadas, sempre houve, nesta semana anterior, dezenas de milhar de peregrinos a caminho de Fátima.

Nas últimas seis décadas, por cinco vezes, as celebrações em Fátima foram presididas plo Papa do tempo: em 1967, Paulo VI; depois, João Paulo II, por 3 vezes em Fátima (em 81, 91 e 2000); depois, Bento XVI em 2010 e o Papa Francisco em 2017.

O culto da Senhora de Fátima assenta nos relatos de 1917 sobre aparições de “uma senhora vinda dos céu”, em 13 de Maio a três pastorinhos – Jacinta, Francisco e Lúcia, já neste século, beatificados.
Depois, nos meses seguintes desse ano 2017, a tal aparição, alega-se, ter-se-à repetido. 

Em 13 de outubro de 1917, havia umas 50 mil pessoas em Fátima. Alegam ter visto algo de sobrenatural: o céu estava carregado de nuvens e de repente um raio de sol iluminou a oliveira onde os três pastorinhos alegam ter visto a Nossa Senhora que teria falado com eles e confiado três segredos.

Esta é a base do mistério em volta do culto da Senhora de Fátima.

Naquele lugar de Fátima, a chamada Cova da Iria, foi construído um santuário, com um enorme, enormíssimo terreiro, que já várias vezes acolheu mais de um milhão de pessoas.

Lembro-me de ter relatado para os ouvintes da SBS a extraordinária celebração de 13 de maio de 2017.

Foi então contado milhão e meio de pessoas, foi uma emocionante manifestação de devoção e fé, é inesquecível o silêncio de 7 minutos, por parte da multidão, enquanto o Papa, depois da oração, se recolheu em meditação, de joelhos, diante da imagem da Senhora de Fátima.

Para este ano, estavam anunciados 358 grupos dos cinco continentes, entre as centenas de milhar de peregrinos: uns 10 mil da Polónia, outros tantos de Espanha, vários milhares do Brasil, do México, da Colômbia, de França, da Alemanha, de Itália, muita gente das Filipinas, e centenas de milhar de portugueses.

A proibição de reuniões, por causa do covid, levou ao cancelamento de tudo o que implica juntar pessoas.

Pela primeira vez desde há um século, não é permitida a presença de fiéis em Fátima.

A hierarquia da igreja portuguesa, tanto através da conferência episcopal como do cardeal de Fátima, pôs-se em sintonia com o governo para impedir entradas em Fátima.

O governo ainda abriu a possibilidade de celebrações desde que respeitando a distância entre pessoas e o uso de máscaras, mas o cardeal de Fátima entendeu ser um risco desnecessário. Há celebração cardinalícia no altar de Fátima, com difusão por rádio, TV e internet, mas sem fiéis a assistir.

Porém, sabe-se que há devotos da Senhora de Fátima que fazem questão de manter a tradição e estão a tentar dirigir-se para próximo de Fátima, designadamente peregrinos a pé e outros em automóveis.

A pedido das autoridades religiosas e governamentais está montado um cordão policial com 3500 agentes que, a 20 km de Fátima barra a passagem. Os peregrinos, desta vez , não passam. Patrulhas móveis tentam demover quem tenta seguir para o santuário.

Fátima está situada 100 quilómetros para norte de Lisboa e 200 para sul do Porto. Para além do bloqueio policial a 20 quilómetros de Fátima, há patrulhas móveis que num raio mais amplo tratam de demover os peregrinos.

Isto não significa que não existirá celebração de todo, ela só teve de se adaptar à actual situação de pandemia. “Não se peregrina só com os pés, mas também com o coração e o que propomos é que façais connosco uma peregrinação com o coração”, esclarece o reitor do santuário de Fátima num vídeo.

É “doloroso”, mas este ano não haverá qualquer peregrino no Santuário de Fátima, a 12 e 13 de Maio. A expressão é do reitor do santuário, o padre Carlos Cabecinhas.

Vazia é a palavra que neste domingo, 10 de maio, melhor define a cidade de Fátima num período em que deveria estar cheissima de peregrinos, que a pandemia da covid-19 afastou dos hotéis, albergues, tendas, lojas e cafés.

A fé e a devoção  junta sempre multidões em Fátima e os dias 12 e 13 de maio são principais em cada ano.

Vamos a Fátima buscar paz, serenidade e força, repetem os fiéis. Desta vez, por causa do vírus, a comunhão terá de ser por via audiovisual.

 

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