Portugal em sobressalto com a fuga de cinco condenados de cadeia de alta segurança

Metal fence with barbed wire.

Já se sabe que os evadidos usaram cordas para escalar o muro com 6 metros de altura que rodeia a cadeia, depois, no lado de fora, cúmplices colocaram a escada. Source: Moment RF / Jose A. Bernat Bacete/Getty Images

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Other ways to listen

As fotografias de cada um deles estão a abrir os noticiários nas televisões, estão em todos os jornais e em milhares de sites na internet, mas com o aviso das autoridades: se alguém os avistar, que não os aborde, faça que não os reconheceu, mas, a partir de lugar seguro, alerte as autoridades.


São os diretores das polícias quem está a avisar que são 5 evadidos muito perigosos, dois deles condenados à pena máxima de cadeia.

Porque, supõe-se, eles não hesitarão em disparar a matar para continuarem em fuga.

Estes cinco reclusos fugiram este sábado, 7 de setembro, da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, Lisboa. A fuga deu-se pelas 9h59 e foi apenas detectada mais de 40 minutos depois, quando um dos 33 guardas de serviço se apercebeu do insólito de uma escada encostada a um dos muros.

Já se sabe que os evadidos usaram cordas para escalar o muro com 6 metros de altura que rodeia a cadeia, depois, no lado de fora, cúmplices colocaram a escada.

Tudo isto na prisão principal, 60 quilómetros para norte de Lisboa, declarada de máxima segurança, a cadeia de Alcoentre – há quem, como o comediante Ricardo Araújo Pereira, esteja a fazer humor e a dizer que será mais apropriado rebatizá-la de Alcosaia.

Os evadidos são conhecidos como profissionais da alta criminalidade, terão certamente preparado a fuga com plano sofisticado, mas nem terão precisado desse apuro porque vários fatores facilitaram a fuga.

Calhou neste sábado poderem estar no pátio de recreio sem que algum guarda estivesse a vigiá-los.

Acrescenta que as torres de vigilância em volta da prisão tinham sido demolidas porque passavam a estar substituídas por sensores muito sensíveis. Problema: os sensores estavam desligados.

Mais: nesta prisão de Alcoentre foi instalada como cerco de segurança uma rede eletrificada, mas as falhas de luz na prisão no momento da eletrificação levaram ao abandono deste sistema. A prisão ficou definitivamente sem a eletrificação da rede, outro recurso que poderia impedir uma fuga.

Os cinco evadidos, todos condenados por serem gente muito violenta, tiveram apoio de pelo menos 3 encapuzados em 2 automóveis no exterior. As câmaras de vigilância registam as imagens de tudo. Mas quando a fuga se deu, ao longo daqueles minutos, ninguém olhava para os ecrãs. As polícias estão a investigar como foi possível tanta negligência.

Há operações de polícia por todo o país à caça dos evadidos. Mas tem-se como muito provável que todos já estejam fora de Portugal. Talvez até fora da Europa.

Um dos evadidos é argentino, outro inglês, outro georgiano e dois são portugueses. Pelo menos 4 dos 5 fazem parte de grupos mafiosos de alta violência praticada em diferentes países.

Esta prisão de Alcoentre tem classificação de segurança máxima, mas, como se conclui, é de segurança mínima. Depois da evasão destes 5 cadastrados condenados, continuam nesta cadeia 507 condenados. Agora, sob vigilância reforçada, de noite e de dia. E com 2 guardas em permanência no posto obrigatório de seguimento dos ecrãs ligados a todas as câmaras de vigilância.

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