O CASO NA JUSTIÇA
A Polícia de Nova Gales do Sul/NSW indiciou David Tran na terça-feira, 4 de agosto, por assassinato da brasileira Daiane Pelegrini, de 33 anos, em Sydney, na segunda-feira, 3 de agosto.
Ele foi indiciado por assassinato, agressão ao namorado de Daiane, Steven Qaqos, uso de serviços de mensagens para ameaçar/assediar/ofender, invasão de propriedade com más intenções (não de roubar/destruir/danificar propriedade) e por agressão física ocasionando grave dano corporal.
A polícia alega em tribunal que o agressor entrou no apartamento de Daiane quando não havia ninguém em casa, antes do ataque, e que ele estava enviando mensagens ameaçadoras à Daiane antes da sua morte, no que acredita ter sido um crime por ciúmes.
David Tran permanece detido aguardando o seu julgamento.
O FIM DO SONHO DA AUSTRÁLIA
A gaúcha Daiane, de Lajeado, veio à Austrália 4 anos atrás, com o marido e a filha, agora com 8 anos de idade.
Após 12 anos de casados, ela tinha recém se separado do marido Marcelo Antunes de Ataíde, que estava com a filha do casal no momento do crime.
Daiane estudava enfermagem na Universidade de Western Sydney e trabalhava como cuidadora de uma jovem com deficiência.
A polícia acredita que Daiane foi assassinada pelo ex-namorado dentro da sua própria casa, assim que chegou em casa com Steven Qaqos, com quem estava recém iniciando um namoro.
Source: Facebook Diane Pelegrini
Um vizinho que encontrou Steven Qaqos na rua, logo após o crime, disse a um canal de televisão que ele estava “visivelmente em estado de choque, extremamente abalado e dizendo que não conseguia nem sentir as suas pernas”.
A família de Daiane no Brasil diz que David Tran é coreano-australiano e que soube da morte de Daiane através do seu ex-marido, que também mora em Sydney.
Gisele Pelegrini, irmã de Daiane, disse à mídia brasileira que a sua irmã já tinha feito um BO/Boletim de Ocorrência contra David Tran - aqui na Austrália chamado de AVO/Apprehended Violence Order.
O CRIME
Ao redor das 4:50 da tarde da segunda-feira, 3 de agosto, os serviços de emergência foram chamados para socorrer uma mulher que tinha sido esfaqueada, nos bairros a oeste de Sydney.
Eles chegaram ao apartamento da brasileira Daiane, na rua Ingleby, no bairro de Oatlands e a encontraram ainda com vida.
Ela recebeu os primeiros socorros de paramédicos do Serviço de Ambulâncias de NSW antes de ser transferida em estado crítico para o Hospital Westmead, aonde veio a falecer.
Agentes da Polícia da Área do Comando de Cumberland prenderam o suspeito David Tran, de 25 anos, ex-namorado de Daiane, no ato, e ele foi levado à Delegacia de Granville, onde foi questionado.
David Tran foi então levado ao hospital para avaliação médica do seu estado físico e mental e teste de Covid-19, e voltou à Delegacia de Granville na terça-feira.
O seu pedido de liberdade sob fiança foi recusado e ele compareceu à Corte Local de Parramatta na quarta-feira, 5 de Agosto.
Um irmã de David Tran, Julie, disse à imprensa australiana que o seu irmão era uma pessoa muito fechada, um 'eremita', que ficava trancado no seu quarto o tempo todo e que não conversava com ninguém da família.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Com a morte de Daiane Pelegrini, sobe para 32 o total de mulheres assassinadas na Austrália, vítimas de violência doméstica, somente este ano de 2020.
O caso de Daiane traz à memória o assassinato também brutal da brasileira Cecília Haddad pelo ex-namorado Mário Santoro, que a sufocou na sua casa e o seu corpo foi encontrado dias depois boiando no rio Lane Cove, em Sydney, em abril de 2017.
Outra crime que chocou a Austrália foi o da brasileira Fabiane Palhares, de 35 anos, grávida de dois meses e meio, também brutalmente assassinada em 2015, na Gold Coast, pelo ex-namorado, com machadadas na cabeça.
A organização White Ribbon Australia, que luta pelo fim da violência contra a mulher, postou no seu Facebook que Daiane foi morta como resultado da violência do gênero e que homens como o assassino da brasileira existem numa cultura que precisa mudar.
Se você ou alguém que conhece sofre com assalto sexual ou violência doméstica, ligue para 1800RESPECT no 1800 737 732 ou vá ao .
Em caso de emergência, chame a polícia no 000 (zero zero zero).
