Brasileiro esperou 40 dias pelo visto dos pais: "ainda não acredito que estão comigo na Austrália"

Fyllipi família completa

O fisioterapeuta Fyllipi Farago com a esposa, os três filhos e os pais, recém-chegados a Hobart, na Tasmânia, depois de 40 dias esperando o visto ser aprovado. Source: Supplied

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O fisioterapeuta Fyllipi Farago, que mora na Tasmânia, ficou mais de um mês na expectativa pela aprovação do visto dos pais, que ele não via há cinco anos e não conheciam as netas. O processamento do visto de turista (Visitor visa 600) está mais demorado do que antes da pandemia e pode levar até 20 meses para sair, segundo informação no site da imigração australiana.


Depois de quase dois anos com as fronteiras fechadas por causa da pandemia da COVID-19, a Austrália voltou a receber viajantes internacionais vacinados com o visto de turista no país no dia 21 de fevereiro deste ano. Desde então, é crescente o número de familiares de imigrantes que estão vindo rever seus filhos, netos, irmãos e parentes que não viam há muito tempo.

Mas com o grande volume de pedidos de visto de turista para o país, o Departamento de Imigração da Austrália aumentou o tempo previsto para aprovação desses vistos. A , é de que o visto de turista para visitantes no país pode demorar até 20 meses para ser processado, sendo que a previsão para 50% deles é de 40 dias e 75% é de três meses.

Esse prazo mais longo tem afetado muitos imigrantes falantes da língua portuguesa na Austrália, que estão na expectativa de receber os pais no país e aguardam ansiosos pelo visto porque querem estar logo com seus entes queridos, mas também para poder comprar passagens aéreas com antecedência, já que os valores estão bem altos devido à grande procura.


Resumo da notícia:

  • Brasileiro teve que lidar com a ansiedade de esperar 40 dias pela aprovação do visto de turista dos pais que ele não via há cinco anos e não conheciam as netas nascidas na Austrália.
  • Ex-Cônsul-Honorário do Brasil em Queensland fez "Guia da(o) Passageira(o) para a Austrália" distribuído gratuitamente para auxiliar viajantes que não falam inglês e vão fazer rajeto pela 1ª vez.
  • Tradutora criou grupo de Facebook "Trazendo Pais e Mães para a Austrália" que depois da pandemia ganhou muitos integrantes que trocam informações sobre visto e a viagem dos pais do Brasil para a Austrália.

Um brasileiro que passou recentemente por essa expectativa e teve que aguardar mais de um mês pelo visto dos pais foi o fisioterapeuta Fyllipi Farago, que mora há cinco anos na Austrália e estava todo esse tempo sem ver os pais. Os avós ainda não conheciam as duas netas mais novas, que nasceram em 2020 e 2022, em Hobart, na Tasmânia, onde Fyllipi mora com a esposa Luana e os três filhos.
Fyllipi Lu filhos
Fyllipi com a esposa Luana e os três filhos dias antes da chegada dos pais dele à Austrália. Fyllipi ficou 5 anos sem ver os pais, que não conheciam as netas. Source: Supplied
Dificuldade de lidar com a distância da família

Desde que se planejou para vir para a Austrália como estudante já pensando em imigrar para o país, Fyllipi conta que a distância da família sempre foi uma preocupação para ele, e que procurava não pensar muito nisso.

“Eu procurava não pensar. Eu negligenciava esse ponto ruim porque sabia que era o calcanhar de Aquiles. Sempre que se tocava no assunto e que eu parava muito pra pensar, isso me afetava.”

Mesmo assim, Em fevereiro de 2017 Fyllipi desembarcou em Sydney e deixou no Brasil a esposa Luana gravida do primeiro filho do casal, o Tomás, pois eles acharam que seria melhor ela ter o bebê lá e vir depois. Eles chegaram na Austrália depois de um ano que o Fyllipi estava aqui e já preparava o caminho para imigrar com a família.

Ainda sobre a distância do restante dos parentes, Fyllipi diz se considerar uma pessoa de sorte já que nos cinco anos que passou longe de todos os pais e sogros por exemplo não tiveram nenhum problema de saúde mais grave ou algo do tipo que pudesse ‘intensificar’ a dificuldade de estar distante.

“Eu me sinto muito abençoado no sentido de que não teve muitas mudanças da saúde dos meus pais, na saúde dos meus sogros. Então isso me favoreceu muito nesse sentido.”

A pandemia e a impossibilidade de estar com a família

Como parte do plano de imigrar para a Austrália, Fyllipi se mudou com a esposa e o filho de Sydney para Hobart antes do início da pandemia. Foi na capital da Tasmânia inclusive que nasceram suas filhas Linda, em 2020 e Maria, em 2022.

Com relação à pandemia, Fyllipi conta que “ela chegou no momento em que eu já estava me sentindo preparado para ir para o Brasil ou para receber meus pais e sogros aqui. Eu já estava muito ansioso para revê-los, porque fazia dois anos e meio que eu não os via.”
A pandemia chegou num momento em que eu estava ansioso para rever meus pais porque já fazia dois anos e meio que não os via. Foi como um balde de água fria.
Por isso Fyllipi diz que a pandemia veio como ‘um balde de água fria’ e que ele teve que saber lidar ainda mais com a distância da família. O nascimento da segunda filha dele, Linda, em fevereiro de 2020 o ajudou a ‘se distrair’ e não sofrer tanto com a impossibilidade de ver os familiars por mais um bom tempo.

“Foi difícil escutar as notícias do Brasil durante a pandemia. Isso afetou muito o nosso dia-a-dia aqui. Na Tasmânia a gente praticamente não sentiu a pandemia na primeira onda porque fecharam fronteiras, a gente mora numa ilha, então a gente viveu uma vida normal. Era o mundo inteiro usando máscara, sofrendo as consequências da pandemia, e a gente na Tasmânia passeando, fazendo churrasco sem máscara. Então eu ainda tinha essa culpa de que não estava vivendo as consequências da pandemia inicialmente."

Fronteiras abertas, planos retomados

Quando as fronteiras da Austrália reabriram para turistas, em fevereiro deste ano, Fyllipi conta que os pais dele já tinham se planejado financeiramente para vir visitar o filho, a nora e os netos, sendo que o neto mais velho eles tinham visto pela última vez com um ano de idade e as netas mais novas eles ainda não conheciam.

Foi aí então que o próprio Fyllipi entrou no para dar entrada no pedido de visto de turista para os pais dele. Ele conta que ele mesmo tinha feito antes a aplicação do próprio visto de residência permanente e que a plataforma da imigração australiana é ‘autoexplicativa’.

“Se você já mexeu com ela e tem uma boa noção de inglês, consegue preencher e anexar aos arquivos direitinho. Além disso, algumas pessoas da comunidade brasileira me deram dicas sobre como fazer a aplicação e quais documentos anexar.”

Tempo mais longo de processamento do visto

Como antes da pandemia Fyllipi já tinha tido a experiência de fazer o pedido do visto de turista para a sogra e o visto ter saído quase que imediatemnte após ele finalizer a aplicação, ele diz que não esperava que o visto dos pais dele pudesse demorar mais de um mês para sair, que foi o que aconteceu.

“O visto de turista dos meus pais (Visitor visa 600 com duração de três meses) demorou 40 dias para ser aprovado e isso me gerou bastante ansiedade, até porque o valor das passagens aéreas do Brasil para a Austrália estava aumentando muito.”
O visto de turista dos meus pais demorou 40 dias para ser aprovado e isso me gerou bastante ansiedade, até porque o valor das passagens aéreas estava aumentando muito.
Fyllipi conta que quando deu entrada no pedido de visto dos pais anexou, além do passaporte deles, os comprovantes de declaração do Imposto de Renda e de salário/pensão de cada um com os valores que eles recebem destacados para comprovar que poderiam se manter na Austrália enquanto estivessem aqui.

“Eu não traduzi nenhum documento, apenas circulei em vermelho os valores que meus pais recebem por mês nos holerites. Outros brasileiros me disseram eu não precisava traduzir esses documentos. E na aplicação não foi pedido que meus pais fizessem o exame médico exigido para algumas pessoas, apesar de o meu pai ter 73 anos.”

Lidar com a espera

Sobre o período de espera até o visto dos pais sair e se ele fez alguma coisa para verificar se havia algo errado ou para adiantar o processamento do visto, Fyllipi conta que a única medida que tomou foi procurar um profissional que trabalha com aplicação de vistos para que ele verificasse se estava tudo correto na aplicação do visto dos pais dele.

“Recorri a essa pessoa porque achei que realmente estava demorando muito para o visto dos meus pais ser aprovado. Ele verificou e me disse que estava tudo certo, que tinha feito o pedido para o visti mais simples de turista, de apenas três meses, e que nesse caso era mesmo só esperar.”
Pedi que um profissional que trabalha com vistos verificasse a aplicação que fiz para os meus pais. Ele disse que estava tudo certo e que era só aguardar.
Visto aprovado e compra de passagens

Para receber as notificações do departamento de imigração australiano e o visto dos pais quando saísse, Fyllipi conta que criou um e-mail para os pais que ele mesmo ficou monitorando, e que apesar de estar aguardando ansiosamente pela aprovação, quando os vistos saíram ele demorou quase dois dias para ver.

“Foi um final de semana em que eu fiquei muito ocupado com os meus filhos e não consegui parar para verificar o e-mail. Quando vi, já fazia um dia e meio que os vistos dos meus pais tinham sido aprovados.”

Ele diz que quando viu os vistos no e-mail ficou muito feliz. “Eu liguei na hora para o meu pai e a minha mãe super eufórico. Era como se as passagens já estivessem compradas. Foi um sentimento muito bom. Uma sensação de que a vinda deles para a Austrália estava se tornando real.”
Eu liguei na hora para o meu pai e a minha mãe super eufórico. Foi um sentimento muito bom. Uma sensação de que a vinda deles para a Austrália estava se tornando real.
Fyllipi conta que logo em seguida comprou as passagens aéreas pois ele já estava monitorando os valores e datas. “O que determinou a escolha dos dias exatos foram os valores. Eu abri o site da companhia aérea e vi uma data legal em que dava para pagar o preço das passagens.”

Difícil acreditar na presença dos pais aqui

Após uma longa viagem com conexão em Doha, no Qatar, os pais do Fyllipi finalmente chegaram em Hobart no domingo de Páscoa, 17 de abril, e desde então a família está juntinha e os avós estão desfrutando da companhia do filho, da nora, e dos três netos: Tomás, de quase 5 anos, Linda, de 2 anos e Maria, bebezinha que nasceu em março deste ano.

Fyllipi diz que não tem palavras para descrever o que esse reencontro com os pais significa. “Foram cinco anos sem ver meus pais. É indescritível. Quando estou na cozinha fazendo um café e eu olho eles andando na sala, para mim é surreal. Eu não consigo acreditar no que meus olhos veem. Agora mesmo nós acabamos de voltar de um playground, onde meu pai estava brincando de gangorra com meu filho. Eu fico maravilhado com isso.”

E completa: “Eles atravessaram o mundo sem nunca terem feito uma viagem internacional antes, sem falar inglês. Então eu acho que quem está na mesma situação em que eu estive, deve manter a esperança e acreditar que as pessoas queridas vão conseguir vir, porque elas realmente vão.”
Meus pais atravessaram o mundo sem nunca terem feito uma viagem internacional antes e sem falar inglês. Foram cinco anos sem vê-los. É indescritível o que estou sentindo agora.
Grupo de Facebook “Trazendo Pais e Mães para a Austrália”

Quando o pai e a mãe do Fyllipi já estavam a caminha da Austrália, eles tiveram um problema no Aeroporto de Doha, no Qatar, pois não tiveram acesso ao serviço contratado por eles para ter auxílio durante a conexão e acesso a um lounge da companhia aérea.

Fyllipi, que recebeu uma mensagem de WhatsApp da mãe dizendo que ninguém da companhia os estava esperando na saída do avião, como era esperado por eles pelo serviço contratado, perdeu contato com os pais pouco depois, pois eles ficaram sem conexão à internet, e se desesperou com medo de eles perderem o voo seguinte até a Austrália.

Nesse momento ele resolveu recorrer ao , criado há alguns anos pela tradutora brasileira Luciana Wright, que mora em Queensland, para buscar informações de outros membros do grupo que já tivessem passado pela mesma situação ou tivessem dicas para dar a ele nesse caso. Ele diz que o acesso ao grupo foi o que o tranquilizou naquele momento.
grupo parent visa
O grupo de Facebook "Parent Visa - Trazendo Pais e Mães para a Austrália" tem cerca de 4.500 membros que trocam informações sobre vistos e viagem. Source: Facebook
“A gente aqui é limitado pela distância. Quando você encontra um grupo como esse, com pessoas hospitaleiras que te mostram um outro lado da situação, isso te acalma. A nossa tendência é achar que tudo vai dar errado com a gente, mas nesse tipo de grupo você encontra pessoas que estão no mesmo barco que você, e vê que está tudo bem, que tudo vai dar certo na medida do possível.”
A nossa tendência é achar que tudo vai dar errado com a gente, mas nesse tipo de grupo você encontra pessoas que estão no mesmo barco que você e vê que está tudo bem.
Troca de informações no grupo

O advogado brasileiro e ex-Cônsul-Honorário do Brasil em Queensland, Valmor Morais, já acompanha há algum tempo o grupo de Facebook “Parent Visa” criado pela Luciana Wright e compartilha informações por lá, onde inclusive publicou um material preparado por ele, que se chama “Guia da(o) Passageira(o) para a Austrália”, com orientações para quem não fala inglês e vai fazer o longo trajeto do Brasil até a Austrália.

Para ele, “o grupo é de extrema importância para os imigrantes. É um espaço para troca de informações relevantes. “Um espaço aberto, onde famílias, pais e filhos trocam experiências sobre o que deu certo e o que deu errado, passando dicas sobre visto, viagem, passagem, seguro.”
É um espaço aberto, onde famílias, pais e filhos trocam experiências sobre o que deu certo e o que deu errado, passando dicas sobre visto, viagem, passagem, seguro.
Motivos para prazo mais longo de processsamento dos vistos

Sobre o tempo de processamento do visto de turista estar mais longo após a reabertura das fronteiras da Austrália depois da pandemia, Valmor destaca que em 2019 eram cerca de 23 mil turistas brasileiros na Austrália e que em dezembro de 2021 esse número caiu para pouco mais de mil turistas vindos do Brasil para o país.

Com a reabertura das fronteiras para turistas em fevereiro deste ano, o número de vistos aplicados subiu muito e a demanda de vistos a serem processados pelo departamento de imigração da Austrália cresceu consideravelmente, “o que gerou um gargalo e aumentou o tempo de processamento.”

Como dar ‘força’ à aplicação do visto

Valmor sugere que na hora de fazer o pedido do visto de turista para os pais ou outras pessoas próximas para a Austrália, é importante que seja com antecedência e que se atente aos documentos que devem ser apresentados pois alguns deles podem ‘fortalecer’ a aplicação do visto e tornar o processamento mais rápido.

“O exame médico por exemplo pode ser pedido para quem tem mais de 66 anos, e nesse caso então ele deverá ser anexado à aplicação.”

Ele também recomenda que alem de anexar os documentos originais, se escreva uma carta em inglês explicando o motivo da vinda dos pais, mesmo que seja apenas por causa da distância por um longo período.

Valmor não aconselha que sejam enviados e-mails para o deparatmento de imigração perguntando sobre o processamento do visto e nem que se ligue para lá, já que o próprio departamento recomenda que não se faça isso.

Mas ele dá uma dica importante, de se anexar na aplicação um formulário preenchido de “statutory declaration”, que pode ser encontrado em uma busca comum na internet, que é uma declaração assinada na fente de um juiz de paz, onde a pessoa explica os motivos do pedido de visto de turista para os pais e também anexa ali a documentação necessária, como o visto da pessoa que mora na Austrália, document que comprove que ela é parente da pessoa que está vindo e tudo o que de alguma forma reforçar o que está sendo afirmado na declaração.

Guia da(o) Passageira(o) para a Austrália

Valmor e mãe
Valmor Morais com a mãe, Maria, para quem ele fez o 'Guia da(o) passageira(o) para a Austrália' que hoje ele disponibiliza gratuitamente nas redes sociais. Source: Supplied


Em 2013, quando a mãe de Valmor veio pela primeira vez para a Austrália, ele preparou um guia para explicar em detalhes como seria o trajeto dela do Brasil até aqui e o que ela precisaria saber para não ‘se perder’ durante a viagem, já que seria a primeira vez dela fazendo essa rota e ela não falava inglês.

Ele transformou isso então no “Guia da(o) passageira(o) para a Austrália”, que é atualizado conforme as mudanças que vão contecendo, e que ele disponibiliza gratuitamente nas redes sociais.

“É um guia importante porque a gente acha que os nossos pais vão saber tudo, desde o embarque, passando pelas conexões, alfândega e entrando aqui na Austrália. Mas são muitos detalhes, diversos formulários a serem preenchidos, o estresse de uma viagem internacional, a insegurança, uma série de documentos a serem apresentados. Então no guia eu dou dicas e orientações relacionadas a cada uma dessas etapas.”
São muitos detalhes, diversos formulários, o estresse da viagem internacional, a insegurança, vários documentos a serem apresentados. No guia eu dou orientações sobre cada uma dessas etapas.
Valmor destaca que o guia está disponível inclusive no grupo do Facebook “Parent Visa – Trazendo Pais e Mães para a Austrália”.
guia Valmor
Trecho de uma das páginas do "Guia da(o) Passageira(o) para a Austrália" desenvolvido pelo advogado brasileiro Valmor Morais e disponibilizado gratuitamente. Source: Valmor Morais
Mudança no tamanho e propósito do grupo do Facebook “Parent Visa”
Luciana Wright
A tradutora Luciana Wright é criadora e administradora do grupo de Facebook "Parent Visa - Trazendo Pais e Mães para a Austrália. Source: Supplied
A criadora e administradora do grupo, a tradutora brasileira Luciana Wright, conta que no início eram poucos integrantes e a finalidade era especificamente a troca de informações entre pessoas interessadas em trazer os pais para morar na Austrália.

Hoje já são mais de 4500 integrantes que discutem vários temas relacionados à viagem dos pais para a Austrália sobre os mais diversos vistos, inclusive os que vêm passar pouco tempo no país no visto de turista.

Ela destaca que “é uma alegria imensa ver que esse grupo está dando resultado, que as pessoas que participam estão se beneficiando das informações, ajudando muitas famílias que estão divididas entre o Brasil e a Austrália.”
É uma alegria imensa ver que o grupo está dando resultado, que os integrantes estão se beneficiando das informações, ajudando muitas famílias que estão divididas entre o Brasil e a Austrália.
Sobre a origem do grupo, Luciana conta que ele surgiu a partir de uma reunião na casa dela com uma agente de imigração e outros amigos que na época queriam trazer os pais para morar na Austrália. Da reunião surgiu o grupo de Facebook que no começo tinha dez integrantes.

“Hoje somos 4.500, então o grupo cresceu bastante. No início, a gente trocava muita ideia sobre os tipos de visto em si e depois a gente foi vendo que a informação começou a se desenvolver em relação à movimentação dos pais que estavam vindo aqui para a Austrália, a gente começou a ter listas de viagem para juntar pessoas que estavam viajando na mesma data para poder ter companhia durante a viagem. E assim o grupo foi crescendo, ficou mais público.”

Luciana diz que hoje o grupo ajuda bastante gente e é bem independente. “Os membros são muito ativos e as pessoas ficam felizes em dividir suas experiências e ajudar uns aos outros.”

Ela também destaca que o grupo foi um apoio emocional e psicológico para muitas pessoas durante a pandemia, em que “as famílias ficaram separadas e a gente encontrou ali no grupo uma grande rede de apoio. Eu acho que isso consolidou bastante os laços emocionais que hoje eu vejo que se criaram a partir desse grupo e das relações que estão estabelecidas ali.”

Sobre o papel do grupo hoje, Luciana diz que “ele tem uma função social importante, e eu acredito que esse é um dos grandes papéis das redes sociais na vida da gente, principalmente na vida do imigrante. Congregar e fazer com que as famílias tenham relacionamentos que possam se conectar e diminuir um pouquinho essa distância tão grande que a gente tem das nossas famílias.”
O grupo tem uma função social importante, e eu acredito que esse é um dos grandes papéis das redes sociais na vida da gente, principalmente na vida do imigrante.
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