A inflação na Europa está a tornar-se imposto de guerra

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Source: AP Photo/Matthias Schrader

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Os cidadãos da Europa na primeira linha já estão a pagar o que se poderá chamar de imposto de Guerra. A dependência de combustíveis importados da Rússia é o principal fator de disparo dos preços.


Inflação imparável. Os cidadãos da Europa na primeira linha já estão a pagar o que se poderá chamar de imposto de Guerra.

No mesmo 31 de março em que soubemos que a taxa de inflação em Portugal tinha subido para 5,3%, tambem ficámos a saber que esse mesmo inimigo da economia que é a subida de preços está a custar 7,8% na Alemanha. E ainda pior – inflação nos 9,8% em Espanha, 11,9% nos Países Baixos. 15,6% na Lituânia.

A dependência de combustíveis importados da Rússia é o principal fator de disparo dos preços.

Malta foi o país europeu que, em Março, teve a taxa e inflação mais baixa (4,6%), seguindo-se a França (5,1%) e Portugal (5,3%).

Um dos motivos pelos quais Portugal tem, nesta fase, uma das taxas de inflação mais baixas da zona euro, é a subida menos drástica em termos percentuais que se verifica nos combustíveis (19,3% em Portugal e 44,7% na zona euro). Portugal tem alta componente de energia renovável, importa o gás natural da Argélia e da Nigéria, não da Rússia.

Mas a escalada dos preços extravasa a energia, que é essencial na produção da maioria dos bens e serviços. E atinge bens essenciais, como os alimentos, afetados também pelo peso da Rússia e da Ucrânia no mercado mundial de cereais e de oleaginosas e pela seca que se tem sentido em território nacional.

Os preços dos produtos alimentares não transformados subiram 5,9% em termos homólogos em março, o que compara com 3,7% em fevereiro. Isto significa que estão a subir acima da média geral dos preços no país, penalizando as famílias mais pobres.

A inflação está assim em toda a Europa em valores como não se via desde a crise dos combustíveis nos anos 70 do século 20.


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