2021: o ano em que a vacina reduz o número de mortes mas sem travar a escalada do virus

Portugal pessoas com máscara

Fim de ano em Portugal: medidas restritivas para tentar controlar a nova variante Source: AP / Armando Franca

Get the SBS Audio app

Other ways to listen

Dias com mais de 300 mortos por Covid em janeiro deste ano. Agora ainda mais contágios, foram 13 mil na véspera de Natal, mas com a vacina a fazer o milagre sanitário de salvar vidas. Na véspera deste Natal morreram em, Portugal 13 pessoas por Covid e 11 faziam parte dos 15% da população portuguesa que ainda não está vacinada.


Este 2021 a acabar voltou a ser em Portugal como em tantos outros países uma verdadeira montanha-russa: começámos janeiro a viver os piores dias da pandemia, o país voltou a fechar escolas, restaurantes, teatros, lojas; o país reabriu as discotecas, encerradas desde março de 2020, e acreditou à entrada em agosto que os níveis elevadíssimos de vacinação iriam acabar com a covid. Mas afinal não é assim tão fácil nem tão rápido. Um ano depois, o vírus volta a trocar-nos as voltas e reinventa-se, com mais capacidade de se espalhar, fazendo temer de novo as consequências das festas do Natal e ano novo.
Começámos em Alfa, seguimos com Beta, Gama, Delta, Lambda, Mu e terminamos em Ómicron. A pandemia tem trazido novas palavras ao quotidiano e agora também as letras do alfabeto grego com que são batizadas as variantes mais ou menos preocupantes que vão aparecendo. Ómicron é como se chama a que vai avançando agora a um ritmo sem precedentes, a levar os países a imporem novas restrições e a lembrar que estas páginas negras da História ainda não acabaram de ser escritas.

Portugal não é exceção e é já garantido que os dias após o Natal serão de “contenção”, com as escolas a manterem-se fechadas no começo de 2022, bares e discotecas encerrados e teletrabalho obrigatório.

Mas neste longo e desgastante combate os humanos passaram a ter este ano uma arma terrivelmente eficaz ao seu dispor. Desenvolvidas em tempo recorde, as vacinas contra a covid-19 não erradicaram o vírus — que provavelmente por aqui continuará durante muitos anos —, mas têm permitido manter a epidemia controlada. Entre agosto e outubro terão evitado mais de três mil mortes e quase 15 mil casos de infeção na população acima dos 65 anos, segundo cálculos do Instituto português de Saúde Pública, ao mesmo tempo que a vida avançou com a normalidade a ser constantemente adaptada.

O balanço destes meses de batalha contra a Covid é duro por toda a parte.

Em Portugal, hotelaria, cultura, turismo, aviação, restauração, bares e discotecas. Estes foram alguns dos sectores mais atingidos pelos encerramentos e restrições que foram fechando as portas à circulação do vírus enquanto se ganhava tempo. Para todos eles o Governo foi criando apoios enquanto não puderam trabalhar. Pagamentos por trabalhadores em lay-off, subsídios aos profissionais do sector da cultura, moratórias para as empresas e linhas de crédito, a que se juntaram subsídios por isolamento profilático e doença. O combate à pandemia custou vidas (quase 19 mil até esta última semana do ano), mas também muitos milhões de euros em apoio ao emprego e à economia.
Como numa longa corrida, dir-se-ia que Portugal — com a sua alta taxa de vacinação, os reforços a avançarem a bom ritmo e toda a informação já acumulada — ganhou nos últimos meses avanço sobre o SARS-CoV-2.

Mas se há coisas que estes dois anos também ensinaram foi que as certezas que se vão formando não são assim tantas. O combate definitivamente não acabou com este ano 2021.





Share